quarta-feira, 5 de maio de 2021

Ministério da Saúde lança estudo para entender comportamento da Covid-19 em 274 cidades do país, e Queiroga diz que ‘negacionismo é negar o que o governo federal tem feito no investimento na pesquisa’

Em evento de lançamento da pesquisa PrevCOV, sobre a prevalência de infecção pela Covid-19 no Brasil, realizado nesta quarta-feira, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga afirmou que “negacionismo é negar o que o governo federal tem feito no investimento na pesquisa, na ciência e na tecnologia”.

As declarações foram percebidas como respostas às críticas feitas ao governo federal durante a CPI da Covid no Senado, que investiga possíveis ações e omissões do governo Bolsonaro no combate à pandemia. A CPI começou a ouvir nesta terça-feira ex-ministros da Saúde antecessores de Queiroga durante a atual gestão.

O novo estudo, que deve começar em junho, é, informou a Saúde, um dos maiores do mundo sobre a soroprevalência do coronavírus. A pasta quer estimar a prevalência da infecção pelo coronavírus nas capitais, nos estados e nas regiões metropolitanas.

Entre os principais objetivos está mapear a extensão da transmissão do vírus e compreender o comportamento da doença no país e seus determinantes, como características demográficas e epidemiológicas dos participantes.

A amostra utilizada será semelhante à aplicada pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE. Ao todo, serão coletados dados em 274 cidades, com abrangência de 62 mil domicílios nestes locais e público alvo de 211.129 indivíduos. O investimento é, de acordo com o ministro, de R$ 200 milhões.

— (Este) é um governo que tem investido fortemente na pesquisa. Não só em relação a inquéritos epidemiológicos como esse, mas em pesquisa de fármacos inovadores, em fomento ao complexo industrial da saúde. Negacionismo é negar o que o governo federal tem feito no investimento na pesquisa, na ciência e na tecnologia — afirmou o ministro.

A PrevCov quer estimar a exata magnitude da infecção nas capitais e regiões metropolitanas para assim ter cálculos mais precisos da morbidade e letalidade da doença. O objetivo, diz a Saúde, é aperfeiçoar estratégias de enfrentamento à pandemia no Brasil e direcionar políticas de prevenção.

Em 14 meses de pandemia, o Brasil já perdeu, de acordo com os números do consórcio dos veículos de imprensa, 411.854 pessoas pela Covid-19.

Serão parceiras da PrevCov a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Vacinação e banco de dados

Segundo o Ministério da Saúde, os moradores das residências selecionadas para participar da pesquisa serão cntactados por SMS ou WhatsApp, e depois receberão uma ligação telefônica para confirmar os dados e fazer o agendamento. No dia da visita, um profissional de saúde identificado irá coletar uma amostra de sangue dos participantes.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, destacou que o estudo possibilitará a coleta de dados sobre a vacinação contra a Covid-19 no país.

Além disso, parte das amostras será armazenada na Fiocruz para compor um biorrepositório — reservatório de amostras — nacional da infecção pelo Sars-Cov-2. Ele poderá ser usado para estudos complementares posteriores.

Ministério diz estar ‘empenhado’ em ampliar testagem

Queiroga também destacou ser necessário “pôr fim” à circulação do vírus para que “possamos ter nossa vida de volta como era antes” e defendeu a atuação do governo federal no enfrentamento à pandemia.

Queiroga afirmou que o governo “não mediu esforços para ter vacinas suficientes” e destacou que a maioria das doses de imunizantes contra a Covid-19 usadas no país serão produzidas em território nacional, em duas instituições públicas.

— O Brasil não pode persistir com complexo de vira-lata. Temos a capacidade de produzir vacinas para responder às epidemias e endemias que porventura assolem nossa sociedade — afirmou.

Queiroga também destacou a necessidade de continuar com medidas não farmacológicas e afirmou que o Ministério “está empenhado” em ampliar a testagem da população.

— Entendemos que com testagem adequada poderemos promover uma abertura segura da economia. Não podemos ficar na história de não fazer nada ou querer fazer tudo, e às vezes fazer de forma desarranjada que não traz os efeitos desejados pela sociedade e pelo governo. Bolsonaro tem de maneira clara externando sua preocupação em relação à saúde e à economia — disse o ministro.

O Globo

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