Três policiais militares foram presos após investigação da Deicor.
A
equipe de policiais civis da Divisão Especial de Investigação e de
Combate ao Crime Organizado (Deicor), comandadas pelas delegadas Sheila
Freitas e Danielle Filgueira, deflagrou nessa sexta-feira (07/02), a
Operação Kidnap (do inglês, que significa raptar), com o objetivo de
prender uma quadrilha que vinha praticando extorsão mediante seqüestro
contra comerciantes em Natal. Ao todo cinco pessoas foram presas, dentre
eles três policiais militares.
Os presos são os soldados da Polícia Militar, Marcelo Galdino Galvão e
Daniel Elias da Costa Júnior, além do Cabo reserva da PM Umbelino
Francisco Filho, o taxista Edson Lima dos Santos, mais conhecido como
“Edson Tubarão”, e o entregador André Luís Fernandes. De acordo com as
investigações Edson dava apoio à quadrilha e André Luís escolhia os
alvos, bem como se passava por delegado durante a abordagem às vítimas.
Eles estão sendo autuados por extorsão mediante seqüestro, roubo,
usurpação da função pública, porte ilegal de armas e munições e formação
de quadrilha. Marcelo Galdino já respondeu na Justiça por extorsão.
No dia de hoje (07) foram cumpridos três mandados de prisão
temporária e sete de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Criminal
de Natal. Os mandados foram cumpridos nas cidades de Natal e São
Gonçalo. Umbelino foi preso na última sexta-feira (28) em flagrante
pegando dinheiro de extorsão e André Luís foi preso ontem (06). Com eles
foram apreendidos vários potes de suplementes alimentares para atletas,
além de uma vasta quantia em dinheiro, nove armas de fogo, munições,
capuzes e um distintivo da Polícia Civil.
Segundo a delegada Sheila Freitas, os acusados abordavam
comerciantes, geralmente donos de lojas de suplementos alimentares, se
passavam por policiais civis usando distintivo e armas de grosso calibre
e alegavam que as vítimas estavam vendendo produtos ilegais. Os
bandidos detinham as pessoas, colocavam dentro de um carro e no caminho
faziam ameaças e extorquiam pedindo altas quantias em dinheiro para que
as estas não fossem presas. Eles agiam com agressividade na maioria dos
casos e perseguiam as vítimas. “Os alvos eram escolhidos a dedo pela
quadrilha, eles investigavam a vida dessas pessoas para saber se elas
tinham algum poder aquisitivo”, explicou.
As investigações da Especializada em torno dos crimes praticados
pelos acusados já duram quatro meses. A titular da Deicor acredita que o
bando vinha agindo há muito tempo, devido a quantidade de bens de
alguns dos acusados, alguns destes ostentando carros de luxo, jóias e
objetos de grande valor. Ela também afirmou que ainda há outros
envolvidos no bando a serem presos pela polícia.
Na DEICOR existem seis inquéritos instaurados que investigam a ação
desses criminosos. Para Sheila Freitas, esse é um tipo de crime no qual a
vítima tem medo de denunciar à polícia. “As pessoas ficam amedrontadas,
pois os acusados chegam a ir na casa das vítimas, faziam pressão
psicológica, tomavam os carros como penhora para o pagamento do valor
extorquido, então algumas das vítimas chegam a mudar de cidade e até de
país”, disse. Os bandidos pediam altas quantias e davam um curto espaço
de tempo para o pagamento. Os valores variavam entre R$ 30 mil a R$ 200
mil.
A Polícia Civil espera que com a divulgação das imagens dos presos,
novas vítimas possam comparecer a delegacia para denunciar os crimes
cometidos pela quadrilha. “Nossa esperança é com a exposição dessas
imagens apareçam novas vítimas”, concluiu a delegada Danielle Filgueira.
O Delegado Geral Adjunto, Adson Kepler, destacou o sucesso da
Operação Kidnap. “Essa foi uma das ações mais importantes realizada com
êxito pela Polícia Civil nos últimos meses, tendo em vista que foi um
trabalho de grande complexidade e o envolvimento de policiais no crime”,
ressaltou.
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