Jovem, 39 anos, casado, pai de duas crianças, Jovanez Borges tinha expectativas de crescimento na profissão.
E esforço para chegar lá.
Almejava melhores salário e condições de
trabalho. Impossíveis na Polícia Civil do RN, empenhava-se no estudo
para se submeter a concursos públicos.
Tentou o da Polícia do Senado, mas não obteve êxito.
Não foi desestímulo para continuar na batalha por um futuro melhor para ele e sua família.
Ele que era um Super Pai. O Pai Herói que todo filho quer. E assim sabia que era.
No carro das atividades policiais, o
capenga Meriva metralhado por bandidos, os colegas encontraram o que ele
sempre deixava no banco à espera de uma hora vaga para estudar e
enfrentar mais um concurso: livro e apostilas.
Foi vítima da falta de estrutura do
sistema carcerário potiguar. Foi vítima da violência que se sobrepõe no
Estado. Um dos bandidos que cuspiram o fogo mortal, este morto, era
fugitivo da Penitenciária de Alcaçuz.
E Jovanez, com o salário parco, não se
intimidou diante de bandidos com armas superiores às que lhe deram para
trabalhar e foi resgatar o carro de um cidadão, qualquer, pagador de
impostos, e lhe devolver intacto. Se possível.
Não mais voltou. Seu corpo, perfurado por armas de grosso calibre.
Antes que o dia melhor chegasse, o seu futuro foi fuzilado a serviço da cidadania. A serviço do povo. Esquecido pelo Estado.
O enterro será nesta tarde, no Morada da Paz de Emaús.
O sepultamento do agente Antônio Neto – não marcado, porque o corpo ainda se encontra no ITEP – será no Cemitério Parque de Nova Descoberta.
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